terça-feira, 6 de julho de 2010

Série DISCIPULARTE – 3ª Lição: O caráter do artista

 

CARÁTER E DONS



Existe uma distorção que tem assolado a Igreja do Senhor durante os séculos, a valorização dos dons em detrimento do caráter. Um dom é uma dádiva de Deus. Os dons podem ser naturais ou espirituais.
1- Dons naturais: São aqueles com os quais nascemos como: inteligência, astúcia, memória, capacidade do tocar, cantar, praticar determinados esportes, etc.
2- Dons espirituais: São-nos concedidos pelo Espírito Santo como instrumentos na sua obra: I Cor. 12:7-10.
Os dons são muito úteis, mas são secundários. Deus coloca em primeiro lugar a vida e o caráter. Todos podem achar que um determinado irmão que possui uma grande inteligência e capacidade extraordinária de memorização deverá se tornar um grande pregador. Ou às vezes comentamos sobre um artista famoso “… se ele se convertesse, seria uma benção para a igreja”.
Isto é um tremendo equívoco e não passa de mentalidade mundana. A Igreja de Deus não é edificada com essas coisas. Se tal irmão se converteu, mas ainda não passou pelo processo da Cruz não será útil para Deus, apesar do seu dom.
Outra pessoa pode ainda pensar que outro irmão, por ter um dom de cura e discernimento de espíritos, venha a ser uma coluna na casa de Deus. Isto também é um engano. Os dons são úteis, mas nunca podem ser a base da obra de edificação da Igreja. Este é o motivo por que existem tantos escândalos: priorizamos mais o dom que o caráter. Os dons sejam espirituais, ou naturais devem passar pela Cruz antes de serem úteis. O ministério é edificado sobre o caráter e não sobre os dons. Deus não vai enviar ninguém sem antes tratar com o seu caráter. Os dons atraem os homens, mas o caráter atrai a Deus.
No livro de Êxodo encontramos um exemplo clássico do equívoco de se priorizar os dons. A palavra do Senhor diz que o povo de Israel estava sendo escravizado por Faraó. Moisés era o homem que Deus havia escolhido para levar a cabo o seu propósito. Moisés havia sido criado no palácio de Faraó e recebeu a melhor instrução da época, era um homem excepcionalmente talentoso. O próprio Moisés tinha algum entendimento desse fato e em certo momento se dispôs ele mesmo a libertar o seu povo da escravidão (ver Ex. 2:11-15). Moisés se achava capaz e perfeitamente habilitado por que possuía a instrução Egípcia. Deus, porém coloca Moisés de molho por quarenta anos no deserto de Midiã até que o seu caráter pudesse ser aprovado por Ele. Do ponto de vista natural Moisés já estava pronto aos quarenta anos quando matou o egípcio, mas do ponto de vista de Deus precisava de outros quarenta anos até a ponto de não mais confiar na sua própria força ou nos seus próprios talentos. (Ver Ex. 3:10).

Quanto mais um homem confiar em si mesmo, nos seus talentos naturais, menos utilidade terá para Deus.

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“Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo pode satisfazer, eu só posso concluir que eu não fui feito para este lugar".

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